Especialidadades da Clínica Pró-Quadril

Dr. Jorge Penedo
Dr Sérgio Delmonte
Dr. Sérgio Novo

A articulação do quadril, em sua parte óssea, compreende a cabeça femoral e o acetábulo. Estas estruturas são revestidas por cartilagem hialina que permite que haja movimento entre estas duas superfícies com atrito mínimo e sem dor.

A borda acetabular é revestida por uma importante estrutura fibrocartilaginosa chamada de labrum. A lesão desta estrutura pode ser uma importante fonte de dor e instabilidade articular.

Auxiliam na manutenção da função normal do quadril alguns ligamentos, a cápsula articular assim como os principais grupamentos musculares ao redor desta articulação.

A geometria do quadril permite que haja um grande arco de movimento com manutenção de sua estabilidade graças a sua grande área de contato entre as superfícies e também a profundidade acetabular.

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A osteoartrose do quadril é uma condição em que há destruição da cartilagem hialina da cabeça femoral e do acetábulo. Esta patologia pode ocorrer como consequência de vários processos patológicos como trauma, osteonecrose, artrites inflamatórias, impacto femoroacetabular dentre outros.

A maior e mais importante consequência da destruição da cartilagem articular é a dor. Este sintoma secundário a osteoartrose do quadril tende a ser crônico e progressivo evoluindo normalmente no decorrer de meses a anos. É comum que haja pequenas oscilações da intensidade da dor entre as semanas e/ou meses, havendo semanas melhores e outras piores. Normalmente os sintomas são intensificados em caminhadas longas, ao escalar lances de escada e ao permanecer na posição de pé por longos períodos. A dor normalmente é sentida na virilha, porém, pode também ser referida para a região lateral do quadril, para a região glútea assim como para o joelho.

É frequente também observarmos rigidez articular progressiva com dificuldades para atividades da vida diária como amarrar os sapatos ou cortar as unhas dos pés. O encurtamento do membro inferior afetado é comum e também tende a ser progressivo.

A confirmação do diagnóstico da osteoartrose do quadril se dá através de exame físico e exames radiográficos. Nos exames de imagem, podemos observar uma diminuição do espaço articular, cistos subcondrais e esclerose do osso subcondral nas articulações acometidas. No exame físico, observamos diminuição do arco de movimento e dor intrarticular nas manobras provocativas.

Tratamento

O tratamento adequado da osteoartrose do quadril depende do estágio evolutivo da doença, da idade do paciente, da intensidade dos sintomas e da incapacidade funcional apresentada pelo paciente no momento da consulta inicial.

Tratamento Conservador (Não Cirúrgico)

A primeira linha de tratamento para esta patologia é o conservador, que consiste em medidas como: mudanças de hábito, utilização de antinflamatórios, utilização de condroprotetores orais, fortalecimento muscular e perda de peso.

O afastamento das atividades físicas que causam intensificação dos sintomas pode tornar o quadro clínico da osteoartrose do quadril tolerável para alguns pacientes. A utilização de antinflamatórios ajuda a diminuir o processo inflamatório que contribui com o quadro álgico.  Alguns estudos demonstram que a utilização de uma bengala na mão do lado contrário ao quadril afetado durante a caminhada diminui a força através da articulação. Finalmente, a perda de peso diminui as forças reacionais através do quadril e deve sempre ser tentada.

Tratamento Cirúrgico

Pessoas portadoras de artrose do quadril normalmente se perguntam qual deve ser a hora correta para se submeterem ao tratamento cirúrgico. A resposta para esta pergunta é muito individualizada e depende basicamente do nível de atividade física e das necessidades funcionais de cada paciente. Muitos indivíduos com artrose do quadril convivem com um nível de dor que os impede de participar de atividades que amam, ou que os acorda à noite ou que os impede de realizar atividades básicas da vida diária como calçar sapatos e meias. A artroplastia total do quadril (prótese de quadril) oferece uma solução para estes indivíduos e visa, principalmente, curar a dor e restabelecer um alto nível de atividade funcional. Importante salientar que a colocação de uma prótese nestas situações consiste no procedimento padrão ouro no manejo desta patologia e que existe uma elevadíssima taxa de sucesso e satisfação nos pacientes tratados baseado em dados estatísticos de todos os grandes centros de cirurgia de quadril mundiais e brasileiros.

O tratamento cirúrgico pode ser a melhor opção terapêutica para aqueles casos em que as medidas de tratamento conservador não se mostraram eficazes no alívio adequado dos sintomas. O exato tipo de cirurgia depende da idade do paciente, da anatomia óssea e do nível de atividade física do indivíduo.

Este procedimento, tecnicamente conhecido como Artroplastia Total do Quadril (ATQ), consiste na substituição da articulação acometida por implantes metálicos biocompatíveis (não há rejeição do organismo ao implante) que permitem que o paciente recupere em curto espaço de tempo toda a sua independência e qualidade de vida livres da dor e da rigidez articular. Durante a cirurgia, tanto o acetábulo artrítico quanto a cabeça femoral são substituídos. Um implante acetabular não cimentado (raramente utilizamos acetábulos cimentados) é posicionado e fixado sob pressão enquanto uma haste femoral, normalmente não cimentada, é fixada dentro do canal femoral. Estes dois implantes articulam-se entre si através de uma cabeça femoral metálica e de um componente acetabular em polietileno. A combinação cabeça em metal + acetábulo em polietileno é extremamente segura e também durável. Porém, em casos específicos, como em pacientes muito jovens e de alta demanda funcional, é possível a utilização de outros pares tribológicos como: cabeça de cerâmica-acetábulo em polietileno; cabeça de cerâmica-acetábulo em cerâmica e cabeça metálica-acetábulo metálico. Todas estas opções apresentam prós e contras e devem ser discutidas e indicadas individualmente caso a caso.

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Esta cirurgia é realizada dentro de um centro cirúrgico dotado de um sistema de fluxo laminar que diminui sensivelmente as chances de contaminação infecciosa do sítio cirúrgico. A equipe cirúrgica é composta por um cirurgião mais dois ou três auxiliares e um instrumentador cirúrgico. Todos os componentes da equipe utilizam aparatos estéreis durante todo o procedimento cirúrgico.

A anestesia raque ou peridural normalmente é utilizada e é a mesma anestesia utilizada em mulheres para a realização da cesariana. O paciente fica anestesiado da cintura para baixo e é sedado com medicação venosa para que tenha maior conforto durante todo o ato cirúrgico.

Depois da anestesia, o paciente é colocado na posição lateral. A incisão para a artroplastia total do quadril é feita ao longo da região lateral do quadril e mede entre 8-14 cm dependendo de sua anatomia. A cicatriz apresenta bom aspecto e normalmente fica totalmente encoberta pelas roupas.

O procedimento normalmente dura entre 1-2 horas. Uma radiografia do novo quadril é realizada ainda no centro cirúrgico. Alguns pacientes são encaminhados para o quarto enquanto outros são encaminhados para uma unidade pós-operatória onde permanecem por 24h sendo monitorados e acompanhados por uma equipe treinada e experiente em cuidados pós-operatórios. Esta decisão é tomada caso a caso e é dividida entre o cirurgião e o anestesista. A maioria dos pacientes permanece internada por 2 a 3 dias após a cirurgia. Pacientes mais jovens e saudáveis podem receber alta mais rapidamente se considerado seguro e na dependência da avaliação médica individualizada.

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Riscos

Alguns dos riscos associados a este procedimento incluem perda sanguínea, trombose venosa profunda no membro inferior operado e infecção. A incidência destas complicações é muito baixa. Elas devem ser discutidas com seu cirurgião antes da realização do procedimento.

Alguns dos riscos de se ter uma prótese total do quadril incluem:

– Chance de luxação (desencaixe da cabeça femoral do acetábulo).

– Desgaste das partes durante os anos de uso.

– A prótese pode se tornar infectada.

Novamente, estes itens devem ser discutidos com seu cirurgião no pré-operatório.

Longevidade da Prótese

Uma prótese de quadril tem um tempo de duração como qualquer componente de um conjunto mecânico. A sua longevidade depende de vários fatores como:

– Peso corporal do paciente.

– Nível de atividade física.

– Características mecânicas do implante.

A resposta para a pergunta sobre a longevidade deste implante tem sido perseguida há anos. Os trabalhos científicos atuais indicam que mais de 80% das próteses permanecem funcionando muito bem num período de 20 anos.

Evolução Pós-Operatória

Imediatamente após a cirurgia, o paciente pode ser encaminhado tanto para o quarto quanto para uma unidade pós-operatória. A reabilitação já deve ser iniciada no mesmo dia da cirurgia com incentivos para a realização de contração ativa da musculatura das panturrilhas assim como da musculatura das coxas e dos glúteos, tão logo cesse o efeito da anestesia e o paciente recupere os movimentos nos membros inferiores, sempre com a orientação de uma equipe de fisioterapeutas treinados.

O primeiro dia após a cirurgia é um dia bastante ativo. O paciente se encontrará novamente com nossos fisioterapeutas que irão instruir mais exercícios a serem efetuados na posição deitada. A colocação do paciente em posição ereta também será estimulada assim como pequenas caminhadas com auxílio do andador. Orientações sobre as posições a serem evitadas no pós-operatório assim como pequenos “truques” para uma melhor e mais agradável reabilitação serão repassados.

Os dias que se seguem fazem com que o paciente se sinta cada vez mais independente e livre para se locomover. Muitos dos pacientes já não recebem medicações venosas a partir de 24h a partir da cirurgia e evoluem frequentemente para marcha com auxílio de muletas no lugar do andador.

A alta do paciente é dada pelo corpo clínico em conjunto com um médico da equipe cirúrgica. O transporte domiciliar é feito por meio de ambulância para que o paciente possa ser transferido para casa com maior segurança e conforto possíveis.

O retorno às atividades cotidianas vai ser guiado pela equipe cirúrgica e fisioterápica em conjunto. Normalmente o paciente encontra-se apto a caminhar pela distância que desejar por volta da 6a semana pós-operatória. É também na 6a semana em que os pacientes são liberados para dirigir. Por volta da 8a semana nossos pacientes são liberados para prática de natação e por volta da 12a são liberados para algumas atividades como a prática de tênis. Seu cirurgião dará orientações sobre quais atividades serão retomadas.

Artroscopia do Quadril

É um procedimento cirúrgico para reparar algumas lesões do quadril utilizando pequenas incisões, sendo que a cirurgia é realizada através de microcâmeras com um vídeo externo para a visualização do procedimento, verificação das lesões e tratamento. Este procedimento é utilizado para abordagem de um grande número de doenças do quadril, principalmente em pacientes jovens.

A principal patologia abordada por via artroscópica é o Impacto femoroacetabular. Esta doença é uma importante causa de degeneração articular do quadril e é causada por alterações anatômicas da região do colo femoral e/ou do acetábulo que resultam na colisão de duas estruturas ósseas (colo femoral contra o acetábulo). Estas alterações anatômicas podem ter origem congênita ou serem secundárias a alguma patologia durante o desenvolvimento do quadril na adolescência ou mesmo secundária ao trauma.

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O impacto femoroacetabular acarreta, normalmente, dor na virilha. A dor, porém, pode ser irradiada para a região glútea, lateral do quadril e joelho. O principal grupo de pacientes que apresentam sintomatologia relacionada a este problema compreende o de pacientes jovens e ativos (15-50 anos).

O tratamento fisioterápico do quadril doloroso secundário ao impacto femoroacetabular não costuma apresentar grandes taxas de sucesso e os sintomas tendem a recidivar. Porém, para alguns pacientes, a mudança no estilo de vida e o abandono de determinadas atividades desportivas podem fornecer um alívio satisfatório.

O tratamento artroscópico do impacto femoroacetabular visa restabelecer a anatomia do quadril para o padrão da normalidade e devolver o paciente para suas atividades desportivas. Para isto utilizamos instrumentais específicos que são capazes de remodelar as estruturas óssea e de reparar as partes moles lesionadas (normalmente labrum e cartilagem do acetábulo).

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A cirurgia é realizada em centro cirúrgico em ambiente estéril. A equipe cirúrgica é composta de um cirurgião, um auxiliar e de um instrumentador. O paciente é submetido à anestesia peridural e é posicionado em uma mesa ortopédica de barriga para cima. O procedimento dura por volta de 2 horas e tem baixos índices de complicações como infecção e trombose venosa profunda.

A alta dos pacientes é dada no dia seguinte à cirurgia. Todos os pacientes iniciam sua reabilitação fisioterápica ainda internados e são orientados a mantê-la de uma forma intensiva após sua alta. O processo de recuperação é pouco doloroso e o paciente mantém sua autonomia já que é permitido que o paciente dirija precocemente e que deambule com um par de muletas desde o primeiro dia de pós-operatório.

As principais complicações deste procedimento cirúrgico são a lesão transitória do nervo pudendo e a infecção da ferida operatória. Estes eventos são raros e normalmente tratados de maneira eficaz.

Revisão de próteses

Estas cirurgias utilizam técnicas cirúrgicas de alta complexidade e próteses especiais para reparar as falhas ósseas viabilizando a colocação de novas próteses. São utilizados enxertos ósseos, telas para conter enxertos, reparando falhas ósseas, anéis de suporte para receber nova prótese substituindo o osso do paciente, assim como próteses longas de fixação distal (próteses de revisão) para o fêmur.

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Com grande número de procedimentos realizados a cada ano, destacam-se a artroplastia primária e de revisão do quadril, as osteossínteses (correções cirúrgicas) das fraturas e os procedimentos artroscópicos.

O time de especialistas da Clínica Pró-Quadril está preparado para diagnosticar e tratar todos os tipos problemas que afetam a articulação, sempre com o objetivo de aumentar a durabilidade das próteses, por meio de melhorias das técnicas de fixação dos implantes no osso. Com isso, promove a reabilitação dos pacientes para suas atividades diárias.

Podem acometer qualquer região do fêmur proximal, do acetábulo e da pelve. Dependendo do padrão da fratura, da idade do paciente, optamos por osteossíntese ( fixação com placas, parafusos ou hastes metálicas ) ou por artroplastia do quadril ( substituição da articulação por prótese total ou parcial).

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